Se os seus dados são o seu melhor storyteller, a camada de tecnologia capaz de transformá-los em insights, é o “ouro” para o seu negócio.
A transformação digital tem vindo a intensificar-se cada vez mais nos últimos anos, o que representa uma mudança, por si só, essencial em todos os setores e indústrias, acabando por ter um impacto direto na forma como nos relacionamos e vivemos. O digital oferece novas oportunidades e contribui para que as organizações sejam mais ágeis e competitivas. Esta é uma realidade incontornável e as empresas têm de o integrar na sua visão, ou arriscam-se a ficar fora desta nova realidade, que é imediata.
Num mundo cada vez mais conectado, o aumento do volume de dados é exponencial, e estes dados, necessitam de ser corretamente processados e analisados para que as estratégias utilizadas sejam relevantes e impactantes.
Em 2017, as organizações deram passos largos rumo à otimização e à extensão do Business Intelligence (BI). Segundo um estudo da Gartner, o BI e a análise de dados foram, ao longo do último ano, as principais prioridades de investimento dos CIOs. Cada vez mais organizações aspiram em contar com uma analítica preditiva e inteligente que lhes permita agilizar a sua tomada de decisões.
Para 2018, o Big Data e o Analytics estão em evidência, devido à sua capacidade de analisar dados e ajudar as organizações e os seus decisores a tomarem as melhores decisões de negócio. Nunca o mundo produziu tanta informação como agora. Em 2015 produzia-se 7.91 ZB de dados e prevê-se que em 2020 sejam produzidos 40 ZB. Transformar esses dados em conhecimento e informação, permite que sejam consolidados os principais indicadores de uma organização, fornecendo visões precisas e analíticas que apoiam a tomada de decisão, bem como estabelecer novas correlações entre os dados ao usar análises preditivas para transformar dados em informações inteligentes e acionáveis. O Analytics associado à Internet of Things oferece inteligência em tudo o que é conectado, mudando radicalmente a forma como tomamos decisões e agilizamos os processos de negócio.
Se antes a questão era conseguir reunir e analisar um grande volume de dados para obter melhores insights, hoje a questão já é como fazer a máquina trabalhar a nosso favor. Aqui entra o Machine Learning, que já esta a ser aplicado em diversas soluções de Inteligência Artificial. Os algoritmos ajudam assim a criar novos dashboards, mais inteligentes e capazes de criar correlações que dificilmente seriam percetíveis a olho humano.
O Machine Learning continua a enriquecer as plataformas de gestão de dados, ou seja, os utilizadores encontrarão um suporte adicional de capacidades integradas de machine learning enquanto exploram, perfilam, filtram e analisam os dados. As técnicas desta tecnologia permitirão identificar relações entre estes, de forma a ajudar o utilizador a efetuar integrações, uniões e outras operações, cujo objetivo é aumentar a produtividade do consumidor de dados e tornar a gestão destes mais difusa, ao mesmo tempo que os tornam mais “conscientes”.
A Inteligência Artificial está também no topo das tendências. A Inteligência Artificial (AI) é uma ciência projetada para fazer as máquinas executar o que geralmente é feito pela inteligência humana sofisticada. Juntamente com a Machine Learning, a Inteligência Artificial está a mudar a forma como interagimos com a análise e com a gestão de dados. A AI recebe uma série de comandos e programações, mas o seu principal atributo é conseguir aprender a cada “tarefa” realizada. O sistema compara tendências, reúne informações e vai alinhando as suas ações de acordo o que lhe garante a maior quantidade de acertos, tornando-o mais preciso e impactante para os negócios.
A procura por ferramentas de análise em tempo real está a crescer e a chegada da Internet of Things (IoT) traz inúmeras estatísticas, levando as análises inteligente a estarem no topo das prioridades.
Outra das tendências são as análises preditivas e prescritivas, ou seja, a prática de extrair informações de conjuntos de dados existentes para prever probabilidades futuras. A análise preditiva inclui a estimativa de informações futuras e, portanto, sugere a possibilidade de erros na definição da estratégia, mostrando possíveis cenários de futuro com um nível aceitável de confiabilidade, e inclui algumas alternativas e avaliações de risco. A análise preditiva investiga fatos atuais e históricos para melhor compreender produtos, parceiros, concorrentes e clientes por forma a prever riscos e oportunidades potenciais para a empresa. Entre as diferentes análises preditivas, duas atraíram recentemente maior atenção - Artificial Neural Networks (ANNs) e o Mobile Autoregressive Means (ARIMA).
Outra tendência altamente relevante para BI é o Natural Language Processing (NLP), que incide num ramo de inteligência artificial relacionado com o que os programas de computador compreendem sobre a linguagem humana. Baseia-se em linguística e aprendizagem profunda - um tipo de AI capaz de encontrar uma correlação relevante, analisando grandes quantidades de dados e aumentando a compreensão do programa. A NLP capacitará os colaboradores de fazerem questões mais detalhadas sobre os dados e receberem respostas relevantes que as levem até as melhores decisões. A Gartner prevê que até 2020, 50% das consultas analíticas serão geradas por meio de pesquisa e Natural Language Processing (NLP), ou voz.
Em 2018, as organizações irão aumentar o foco no Data Governance e na qualidade da informação. Novas ferramentas e metodologias de gestão inteligente ajudarão a impulsionar esta tendência e a reduzir a divisão cultural entre empresas e a tecnologia. Além disso, com uma fonte de informação limpa, rápida e centralizada, os utilizadores são mais propensos a aprofundar dados confiáveis e seguros.
O Data Quality Management (DQM) ocupa igualmente um lugar de destaque nas tendências de BI e inclui aquisição, processamento, implementação, distribuição e gestão eficiente e supervisão de informações avançadas.
Também com relevo surge o Embedded Business Intelligence, que se refere à integração de ferramentas de BI ou funções selecionadas noutra aplicação de negócio para colmatar lacunas na análise ou no relatório de aplicações. Deste modo, poderá transformar os seus dados em bruto num dashboard interativo que irá melhorar a experiência do utilizador através da análise em tempo real e visualização de figuras inovadoras, que permitem que os decisores implementem a melhor estratégia, de forma mais rápida e autónoma. O Business Intelligence colaborativo também está no foco das tendências. Desenvolvida num contexto de colaboração aprimorada, aborda um novo desafio de entrega rápida, realizando análises e relatórios adicionais. Com mais dados à disposição, os utilizadores tornam-se mais auto-suficientes para criar as suas próprias análises, sem ter que depender de terceiros.
A Segurança continua presente como uma das tendências no Business Intelligence e em 2018, esta tendência irá acelerar. As organizações estão a procurar, cada vez mais, soluções mais seguras para evitar riscos e perda de dados.
Por último a estratégia Multi-cloud. Até 2018, à medida que as ferramentas de cloud computing se tornaram amplamente disponíveis no mercado, a tendência é serem cada vez mais usadas pelas empresas, como tal, a opção por esta estratégia é uma ótima opção, pois pode reduzir o risco e ter uma maior flexibilidade.
Neste momento, a análise de dados é uma competência, não só, essencial como obrigatória para os profissionais de todas as áreas, desde pequenas a grandes empresas. No ambiente profissional, os colaboradores esperam que as plataformas intuitivas de BI sejam o processo decisório em todos os níveis, dado que a diferença entre a decisão certa e a errada é a informação.
O principal desafio do setor passa, por um lado, conseguir fazer com que as organizações entendam a importância de definirem uma estratégia de integração de novas tecnologias, e, por outro, que reconheçam a relevância de identificar e reunir melhor a informação, analisando-a de forma eficaz para uma melhor tomada de decisões. É crucial utilizar os dados para melhorar os produtos e os processos, estabelecendo ligações diretas entre o processo de decisão e o desenvolvimento de sistemas inteligentes.
Num mundo cada vez mais digital, avançado e extremamente competitivo, a tecnologia representa uma oportunidade para as empresas se destacarem, numa economia cada vez mais global. É assim essencial que o tecido empresarial reconheça a importância e a necessidade de se modernizar, adaptar e criar produtos ou serviços de maior valor acrescentado.
- Artigo de opinião publicado no meio Exame Informática – abril, 2018